TIO POTO: Como Avaliar um Game? Visão, Review e Análise

Pototox

Jogador
Agosto 4, 2009
778
1
Revistas+De+Games+Antigas+Nacionais.jpg


Sempre que avalio um jogo, começo com a seguinte pergunta:


O que é mais importante?


Difícil escolher apenas um item na hora de avaliar um jogo, mas se você tivesse que escolher um item, apenas um, qual escolheria? Qual seria o mais importante deles?


Durante anos li revistas de games: Ação Games, Game Power, Super Game Power, Dicas e Truques e várias outras. E neste tempo, aproveitei para criar meu modelo de análise. As revistas e sites têm o seu modelo, você pode modificá-lo, inserir novos itens ou excluir. Mas vou me ater ao que hoje julgo sendo fundamental:

- Gráficos
- Som
- Jogabilidade
- Enredo
- Campanha
- Multiplayer


:arrow: Gráficos

Gráficos são importantes, ajudam na imersão tanto quanto o som. Só que os gráficos, apesar de serem importantes não é um item fundamental. Por várias vezes joguei games “feios”, mas muito divertidos. Jogos datados até hoje fazem minha alegria, com gráficos em HD ou não.

Apesar de encher os olhos e causarem um grande impacto inicial não é apenas o gráfico que separa o jogo comum do jogo AAA. Por vezes, achava um jogo lindo inicialmente, mas depois acabava deixando ele de lado. Se um jogo não for bom, mas tiver um gráfico incrível, mesmo assim você acabará enjoando dele com o tempo.

Quando avalio os gráficos de um jogo levo em conta duas coisas: Está bonito? Foi feito com cuidado/carinho? Não sei analisar texturas, ou de forma técnica se o brilho da luz ou as sombras estão programados da forma correta, sei apenas dizer se o que estou vendo me agrada ou não. Isto para mim é o bastante.

ghost-recon-future-soldier-ar-hud-01.jpg

:arrow: Som

Este item não passa despercebido, mas avaliá-lo também não é a tarefa mais fácil, afinal um som de metralhadora, tem que ter um som de metralhadora, certo? Mas e as nuances e diferenças em cada arma? Você percebe? Tenta diferenciar? Ou tá mais interessado em terminar logo e partir para outro jogo?

A música e os efeitos sonoros criam um clima especial para o jogo, mudam perspectivas, apresentam personagens, injetam ação em uma história ou fazem aquela reviravolta em um enredo explodir sua cabeça!

Escute o som do rifle 417 no jogo Spec Ops The Line... é pow, pow, pow. A arma até te dá confiança na hora de avançar contra os inimigos pois você SABE que tem uma arma poderosa só pelo barulho dos tiros.

O som, quando bem casada com o jogo transforma algo simples em uma trama espetacular dando ao jogo uma identidade (Mario, Sonic). Músicas também inspiram uma continuidade, seja o tema do Mário dos jogos da Nintendo ou a música do 007 em um dos diversos jogo da franquia. Você escuta aquele comecinho e associa na hora a música ao jogo, já até sabe o que esperar.

E um personagem bem dublado também ajuda a dar vida aos personagens. Quem quer aquele cara mudo e sem identidade? (Vide: Dead Space 1, Saints Row 1).Ainda bem não encontro jogos assim com tanta frequência como antigamente. O ator acaba sendo o seu “guia” na experiência de jogar, se ele não falar com outros personagens, não interagir e não der sua opinião sobre o que acontece no game o que temos senão um amontado de pixels sem vida?

[youtube]Oh2KdnghzzY[/youtube]

Lembram deste tópico antigo sobre personagens mudos? É de 2009!
http://www.portalxbox.com.br/e107_plugins/forum/forum_viewtopic.php?871573.0

:arrow: Jogabilidade

Aqui sim, começo a falar sobre um dos itens mais importantes em minha opinião, a jogabilidade. Um jogo deve ter uma jogabilidade simples, fluída, mas nem sempre é assim. As coisas deveriam ser intuitivas, mas será que são?

Comecei a campanha do Doom 2 pela 2 ª vez no X360 e é incrível como se “pega” o jogo com poucos toque no comando.

Fazer com que cada comando e cada botão tenha sentido, que o comando seja útil e não te confunda no meio da ação é muito complicado. Você pode fazer um jogo grande, complexo e com uma jogabilidade um pouco mais simples como Gears of War onde grande parte das ações dos personagens são feitos com o botão A (correr, agachar, rolar, etc.) ou fazer um jogo como o Killzone 3 com comandos complicados e o controle do ps3 que não ajuda em nada!

(Aliás, o controle patético do PS3 merece um tópico só dele. O PS3 é o console que fez um controle com “trigger” só que não usa o trigger em seus jogos. Você mira de L1 e atira de R1... O controle é leve e ótimo para jogos de corrida e luta, para o resto é patético a começar pela sua premissa. Copiar o gatilho do Xbox e não conseguir fazê-lo funcionar de forma decente quando você tem o produto final para se basear é o fim da picada).


:arrow: Enredo

Vale à pena criar um enredo denso, mas ele por si só não pode ser o jogo. Lembro de ver meu irmão jogar (ou assistir) Metal Gear Solid 2 e era só CG... Matava um cara, assistia 3h de filme. Enredos longos, com enredos confusos, complexos demais também cansam. O Assassin’s Creed, por exemplo, ele fala do quê? Tem tanta coisa que... Só lembro-me do Ézio e do Altair. A trama é tão complexa que espanta quem ainda não teve contato com ela.

Enredo é bom, nos incentiva a terminar a campanha, não deixa a campanha enjoar, agora envelopar um filme em forma de jogo é chatopracaralho.

assassins-creed-desmond-lucy.jpg

:arrow: Campanha

Eu já tive minha fase de jogar de campanha, aí a de jogador multiplayer tetudo, fase conquisteiro, agora o meu lance é jogar a campanha e fazer um review dela.

E como fazer com que o jogador avance na campanha sem enjoar dela? É preciso fazer com que o personagem evolua, ou que você possa editá-lo, que a campanha não fique focada apenas em liquidar inimigos, não seja repetitiva.

Uma campanha boa é uma campanha dinâmica. Pode até ser um FPS batido, mas se você controlar veículos nela, controlar um avião bombardeiro na hora de lançar as bombas ela ficará ainda mais interessante. Incluir armas novas, submissões (side-quests) dentro da missão também ajuda na hora de diversificar seus objetivos e fazem com que você se envolva ainda mais com o jogo jogando-o por mais tempo.


:arrow: Multiplayer

O multiplayer era um modo de jogo em que eu me dedicava muito. Eu podia jogar a qualquer momento, com ou sem meus amigos e ganhando ou perdendo acabava me divertindo. Mas atualmente com bugação, controles turbo liberados e jogos hackeados que não punem o jogador corrupto estão tornando a jogatina online um martírio. Antes você ficava um tempo sem jogar e quando voltava não sentia tantos problemas de adaptação. Agora malandro, um dia sem jogar e seu cú não será perdoado no multiplayer.


:arrow: E a Diversão?

Para finalizar, podemos dizer que um jogo bom precisa de um conjunto bom, mas acima de tudo o jogo tem que ser divertido. Tetris é antigo, feio, velho, jogabilidade limitada, música em .midi e é um jogo excelente. Contraria tudo que eu falei acima... Como avaliá-lo? Ele é um jogo nota 10 mesmo suas partes separadas sendo inacreditavelmente simples, vai entender.

:arrow: Créditos:
Texto: Pototox
Revisão: Sikapan

:arrow: Links:

DataCassete: Revistas Antigas de Games, PCs: http://www.datacassete.com.br/revistas/
 

Marosse

Guerreiro
Janeiro 30, 2009
2,532
155
Uberlandia
Otimo topico Pototas!!!!

So pra contribuir a carteirinha do chefe que eu tinha da revista Super Games que depois se uniu com a Game Power e virou a Super Game Power.

clube%2Bdo%2Bchefe%2Bsupergame%2B2.jpg
 

Andre camisa 06

Jogador
Setembro 18, 2009
389
4
Belo texto (explica tudo e de fácil compreensão)! Recomendável a todos que pretendem fazer uma review e principalmente ao usuário LucasLima715!
 

Shock07

Jogador
Outubro 31, 2009
1,356
1
Excelente tópico, Poto!

Eu, como bom RPGista, sigo a linha:
  • Enredo como elemento mais importante, e o quanto você pode influenciar nele. Depois dele, não sigo nenhuma ordem específica.
    *Gráficos e Som: são essenciais na imersão. Jogar um game de mundo aberto, como o Skyrim, usando fones de ouvido com Surround é simplesmente fantástico. Um universo rico e detalhado, como temos nos grandes RPGs medievais (Skyrim, DA: Origins, Franquia Witcher) ou desolado, como em Fallout, faz com que você se sinta dentro do mundo.
    *Jogabilidade, o quanto você pode modificar o personagem para se adaptar ao mundo, o modo como os controles se "encaixam" nos seus dedos, a fluidez ou a tática, tudo isso influencia em tornar o jogo único.
    *Diversão... Para mim nada mais divertido que pausar o jogo para pensar em qual decisão tomar e como isso influenciará o mundo a sua volta. Fora dos RPGs, sempre que tem algum Puzzle no game eu já fico feliz!!!
    *Multiplayer, descarto na grande maioria dos jogos.
 

BieelM

Jogador
Novembro 9, 2011
193
0
Adorei o texto, tenho aqui algumas reviews de jogos antigos feitas por mim que não tenho coragem de publicar, depois de ler o seu texto fiquei empolgado em caçar erros nas reviews, quem sabe eu até publico rs

Quanto ao quesito Som, eu não sei porque, mas não me sinto atraído pela maioria das trilhas sonoras dos jogos, geralmente ponho até num volume baixo...
 

gustavocubas28

Jogador
Março 31, 2011
2,605
14
Muito bom seu texto! Acho que deveria ser fixado na área "Análises" para ajudar os users na hora de publicarem suas reviews!
 

caddelin

Guerreiro
Fevereiro 3, 2007
1,750
758
Curitiba
Eu acho que depende muito do jogo, do estilo, e da proposta. Por exemplo, como avaliar enredo em FX Pinball??? Como avaliar efeitos sonoros em jogos de plataforma? O que é jogabilidade em PAC-MAN?

Na minha opinião, os elementos de avaliação, e também o peso de cada um deles varia conforme o jogo. Por exemplo, gráficos e efeitos sonoros são essenciais em um FPS, enredo já não tem o mesmo peso. Por outro lado, enredo é elementar para um RPG, e somos mais tolerantes daí com alguma perda gráfica. Jogabilidade faz toda diferença em um jogo de luta ou em simuladores, mas os arcades são tão simplórios que é um quesito quase irrelevante neles.

No meu entender, cada gênero de jogo possui quesitos dentro do qual são avaliados, e que possuem importância relativa com relação a outros gêneros, mas, sobretudo, cada jogo tem que ser avaliado dentro de sua proposta. É por isso que um jogo como Braid, ou um jogo como Limbo, podem ter avaliações tão sensacionais quanto Uncharted, ou Gears of War, ou Forza Motorsport, porque eles são avaliados dentro da proposta deles.
 

Arthur ExNxK

Jogador
Agosto 30, 2010
1,448
283
Analisar qualquer coisa em si é um exercício já complicado. Pois assim como o Pototox falou do tetris, as vezes os elementos individuais de analise possam ser simples, o jogo na verdade é maravilhoso. Aí entra no que o Cadellin expôs. Para cada estilo de jogo os quesitos passam a ter um peso diferente. É interessante isso pois, além disso temos o fator do nosso próprio gosto, que no final das contas, por mais que as vezes tentemos ser imparciais, acabamos puxando um pouco de sardinho ou não.

Fiz duas mini-reviwes aqui, The Witcher 2 e Tales of Vespéria, foram dois jogos que eu gostei e recomendo pra quem curte o estilo. São jogos que possuem seus defeitos em relação aos outros de sua franquia, mas que possuem também muitas qualidades, e conseguem aliar seus quesitos para nos dar uma experiência muito boa.
 

HelderSR_old

Jogador
Abril 7, 2009
1,864
1
Eu sou péssimo para avaliar um jogo, tenho uma visão muito superficial de texturas , sombras, iluminação e assim por diante, mas sou ótimo para achar os defeitos dos jogos, isso eu sei meter o pau. :)
 

caddelin

Guerreiro
Fevereiro 3, 2007
1,750
758
Curitiba
Eu acho que os jogadores ainda estão muito presos no quesito gráfico nessa geração. Eu percebo que a crítica especializada já aprendeu a relativiza-lo, e por isso mesmo se abriu espaço para que muitos jogos arcades, ou independentes com proposta diferenciada fossem aclamados pela crítica. O efeito "axe" (a primeira impressão é a que fica) é muito presente no assunto gráfico. E isso é interessante porque o primeiro efeito de um jogo em mim nunca foram as screenshots ou o trailer, e sim em saber qual é a proposta do jogo.

Se uma pessoa chega para mim e diz que tem um FPS multiplayer para ser apresentado, isso não me bate o coração em nada. Mesmo até que ela diga que são "os melhroes gráficos desde Crysis" ou coisa parecida. Agora, se uma pessoa me diz que tem um jogo no qual você investiga a razão da morte de toda uma população mediante diálogos interativos com duas inteligências artificiais que são projeções de memórias de alguns habitantes (e.g. Analogue: A Hate Story), isso já me atrai muito, mesmo antes de eu saber que os gráficos são em flash ou algo do gênero.
 

rodrigo furla

Novato
Março 29, 2012
16
0
O mais interessante nisso tudo é justamente a discussão gerada. O Caddelin foi bastante pertinente em seus comentários. A proposta do jogo é um fator que pode "derrubar" qualquer um desses itens.

O jogo Limbo, já citado, possui o visual que deveria ter para sua proposta, portanto o gráfico está ótimo. O visual do jogo interfere diretamente em sua jogabilidade, enredo, e varias outras coisas. (não estou nem usando o termo "gráfico" justamente pra não discutir a parte técnica de textura e luz e sim a impressão que temos, como o Pototas disse).

Por que jogos de luta, como Street Fighter, mantem o mesmo estilo 2D?
Porque a proposta do jogo pede isso. A jogabilidade é favorecida desta maneira.

Acredito que separar os itens para avaliação pode não ser interessante, e sim observar como eles funcionam juntos para atender a proposta do jogo.
 

startfox

Jogador
Setembro 11, 2012
222
42
muito bom,mas tipo assim,hj em dia a maioria dos gamers fica muito vidrado em gráficos,(eu disse a maioria),mas sempre quando pesamos em avaliar um jogo,dificilmente vamos ter a esma opinião,mas provavelmente será perecidas.Mas o importante é se divertir.
 

Pototox

Jogador
Agosto 4, 2009
778
1
Minha proposta aqui foi apresentar meu modelo de análise. Mas não significa que ele seja único. Se eu for avaliar um jogo de corrida posso incluir e moldar meu modelo. Mas basicamente quando começamos a jogar o que chama atenção no começo do jogo é são os gráficos, depois o som, por aí vai... mas tudo o que escrevi do modelo não serve de nada se o jogo não for divertido.
 

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