Sempre que avalio um jogo, começo com a seguinte pergunta:
O que é mais importante?
Difícil escolher apenas um item na hora de avaliar um jogo, mas se você tivesse que escolher um item, apenas um, qual escolheria? Qual seria o mais importante deles?
Durante anos li revistas de games: Ação Games, Game Power, Super Game Power, Dicas e Truques e várias outras. E neste tempo, aproveitei para criar meu modelo de análise. As revistas e sites têm o seu modelo, você pode modificá-lo, inserir novos itens ou excluir. Mas vou me ater ao que hoje julgo sendo fundamental:
- Gráficos
- Som
- Jogabilidade
- Enredo
- Campanha
- Multiplayer
:arrow: Gráficos
Gráficos são importantes, ajudam na imersão tanto quanto o som. Só que os gráficos, apesar de serem importantes não é um item fundamental. Por várias vezes joguei games “feios”, mas muito divertidos. Jogos datados até hoje fazem minha alegria, com gráficos em HD ou não.
Apesar de encher os olhos e causarem um grande impacto inicial não é apenas o gráfico que separa o jogo comum do jogo AAA. Por vezes, achava um jogo lindo inicialmente, mas depois acabava deixando ele de lado. Se um jogo não for bom, mas tiver um gráfico incrível, mesmo assim você acabará enjoando dele com o tempo.
Quando avalio os gráficos de um jogo levo em conta duas coisas: Está bonito? Foi feito com cuidado/carinho? Não sei analisar texturas, ou de forma técnica se o brilho da luz ou as sombras estão programados da forma correta, sei apenas dizer se o que estou vendo me agrada ou não. Isto para mim é o bastante.
:arrow: Som
Este item não passa despercebido, mas avaliá-lo também não é a tarefa mais fácil, afinal um som de metralhadora, tem que ter um som de metralhadora, certo? Mas e as nuances e diferenças em cada arma? Você percebe? Tenta diferenciar? Ou tá mais interessado em terminar logo e partir para outro jogo?
A música e os efeitos sonoros criam um clima especial para o jogo, mudam perspectivas, apresentam personagens, injetam ação em uma história ou fazem aquela reviravolta em um enredo explodir sua cabeça!
Escute o som do rifle 417 no jogo Spec Ops The Line... é pow, pow, pow. A arma até te dá confiança na hora de avançar contra os inimigos pois você SABE que tem uma arma poderosa só pelo barulho dos tiros.
O som, quando bem casada com o jogo transforma algo simples em uma trama espetacular dando ao jogo uma identidade (Mario, Sonic). Músicas também inspiram uma continuidade, seja o tema do Mário dos jogos da Nintendo ou a música do 007 em um dos diversos jogo da franquia. Você escuta aquele comecinho e associa na hora a música ao jogo, já até sabe o que esperar.
E um personagem bem dublado também ajuda a dar vida aos personagens. Quem quer aquele cara mudo e sem identidade? (Vide: Dead Space 1, Saints Row 1).Ainda bem não encontro jogos assim com tanta frequência como antigamente. O ator acaba sendo o seu “guia” na experiência de jogar, se ele não falar com outros personagens, não interagir e não der sua opinião sobre o que acontece no game o que temos senão um amontado de pixels sem vida?
[youtube]Oh2KdnghzzY[/youtube]
Lembram deste tópico antigo sobre personagens mudos? É de 2009!
http://www.portalxbox.com.br/e107_plugins/forum/forum_viewtopic.php?871573.0
:arrow: Jogabilidade
Aqui sim, começo a falar sobre um dos itens mais importantes em minha opinião, a jogabilidade. Um jogo deve ter uma jogabilidade simples, fluída, mas nem sempre é assim. As coisas deveriam ser intuitivas, mas será que são?
Comecei a campanha do Doom 2 pela 2 ª vez no X360 e é incrível como se “pega” o jogo com poucos toque no comando.
Fazer com que cada comando e cada botão tenha sentido, que o comando seja útil e não te confunda no meio da ação é muito complicado. Você pode fazer um jogo grande, complexo e com uma jogabilidade um pouco mais simples como Gears of War onde grande parte das ações dos personagens são feitos com o botão A (correr, agachar, rolar, etc.) ou fazer um jogo como o Killzone 3 com comandos complicados e o controle do ps3 que não ajuda em nada!
(Aliás, o controle patético do PS3 merece um tópico só dele. O PS3 é o console que fez um controle com “trigger” só que não usa o trigger em seus jogos. Você mira de L1 e atira de R1... O controle é leve e ótimo para jogos de corrida e luta, para o resto é patético a começar pela sua premissa. Copiar o gatilho do Xbox e não conseguir fazê-lo funcionar de forma decente quando você tem o produto final para se basear é o fim da picada).
:arrow: Enredo
Vale à pena criar um enredo denso, mas ele por si só não pode ser o jogo. Lembro de ver meu irmão jogar (ou assistir) Metal Gear Solid 2 e era só CG... Matava um cara, assistia 3h de filme. Enredos longos, com enredos confusos, complexos demais também cansam. O Assassin’s Creed, por exemplo, ele fala do quê? Tem tanta coisa que... Só lembro-me do Ézio e do Altair. A trama é tão complexa que espanta quem ainda não teve contato com ela.
Enredo é bom, nos incentiva a terminar a campanha, não deixa a campanha enjoar, agora envelopar um filme em forma de jogo é chatopracaralho.
:arrow: Campanha
Eu já tive minha fase de jogar de campanha, aí a de jogador multiplayer tetudo, fase conquisteiro, agora o meu lance é jogar a campanha e fazer um review dela.
E como fazer com que o jogador avance na campanha sem enjoar dela? É preciso fazer com que o personagem evolua, ou que você possa editá-lo, que a campanha não fique focada apenas em liquidar inimigos, não seja repetitiva.
Uma campanha boa é uma campanha dinâmica. Pode até ser um FPS batido, mas se você controlar veículos nela, controlar um avião bombardeiro na hora de lançar as bombas ela ficará ainda mais interessante. Incluir armas novas, submissões (side-quests) dentro da missão também ajuda na hora de diversificar seus objetivos e fazem com que você se envolva ainda mais com o jogo jogando-o por mais tempo.
:arrow: Multiplayer
O multiplayer era um modo de jogo em que eu me dedicava muito. Eu podia jogar a qualquer momento, com ou sem meus amigos e ganhando ou perdendo acabava me divertindo. Mas atualmente com bugação, controles turbo liberados e jogos hackeados que não punem o jogador corrupto estão tornando a jogatina online um martírio. Antes você ficava um tempo sem jogar e quando voltava não sentia tantos problemas de adaptação. Agora malandro, um dia sem jogar e seu cú não será perdoado no multiplayer.
:arrow: E a Diversão?
Para finalizar, podemos dizer que um jogo bom precisa de um conjunto bom, mas acima de tudo o jogo tem que ser divertido. Tetris é antigo, feio, velho, jogabilidade limitada, música em .midi e é um jogo excelente. Contraria tudo que eu falei acima... Como avaliá-lo? Ele é um jogo nota 10 mesmo suas partes separadas sendo inacreditavelmente simples, vai entender.
:arrow: Créditos:
Texto: Pototox
Revisão: Sikapan
:arrow: Links:
DataCassete: Revistas Antigas de Games, PCs: http://www.datacassete.com.br/revistas/