O que esse pessoal não entende é que o público médio de consoles é aquele que gasta MUITO MENOS que 12xU$15 por ano com videogames, não aquele que compra todo lançamento e ainda faz propaganda de graça do console nas redes sociais e fóruns. Olha os grandes lançamentos da Sony, não passam de 1/10 às vezes 1/20 da base. O que os outros 19/20 estão fazendo que não estão gastando? E aí que a Microsoft quer atuar, e essa galerinha hardcore, que VIVE videogame, não consegue enxergar através da própria bolha que o gamepass não é somente sobre eles.
Em economia existe uma coisa chamada Excedente do Consumidor. Imagine dois jogadores: um fã de Halo e um jogador casual. O fã de Halo compra o jogo no lançamento por $60 e ainda acha pouco, como fã, pagaria até $100, portanto ele tem um excedente de $40 em utilidade. O problema está no nosso jogador casual, que não pagaria mais que $20 e, pelo jogo custar $60, ele decide não realizar a compra. O mundo ideal para uma empresa seria discriminar perfeitamente os preços de cada consumidor, cobrando $20 do casual e $100 do fã de Halo, de modo que seus excedentes sejam zero e revertessem-se em receita, mas isso na prática é impossível.
Então a grande sacada está no seguinte: existem mais fãs de Halo dispostos a pagar $100 ou jogadores casuais dispostos a pagar $20? Vale a pena colocar o game a $60 e só vender para um fã de Halo ou colocar o game a $20 por mês em uma assinatura e fazer outros milhares de fãs casuais consumirem e financiarem o produto? Como o fã de Halo também só vai pagar $20 em uma assinatura e, nesse caso, ter um excedente de $80 dado que sua predisposição a pagar é até $100, ele vai achar um absurdo, que está muito barato, que a Microsoft vai falir, que não tem como isso ser sustentável porque a Xbox não está capturando mais o máximo que ele está disposto a pagar. Só que, enquanto isso, o jogador casual, que é uma base IMENSAMENTE MAIOR, está pensando seriamente se assina serviço, pois nem joga tanto, talvez compre um ou dois jogos antigos no ano... É esse público que ela quer atingir e fazer refletir seu modo de consumo. Pra vocês terem ideia, nem sempre esse público acha vantajoso o serviço. Tenho amigos (vários, aliás) que compram um ou outro game, jogam pouquíssimo, e não gastariam mais do que 12xR$29 por ano com videogame, ou pelo menos não com jogos que não entram na Gamepass (Fifa, Need for Speed, CoD...). Às vezes, uma demanda limitada pagando R$200 é menos lucrativa do que uma demanda expandida pagando R$39 por mês.
E isso estou só falando do núcleo do negócio, nem falo dos benefícios periféricos como (i) financiamento coletivo gera conteúdo mais diverso, (ii) lançamentos recorrentes no catálogo põe o Xbox na mídia, nas redes sociais e cria uma comunidade que a acompanha, (iii) faz jogadores em bolhas de gênero (jogos de futebol, corrida etc) provarem novos games e se tornarem, quem sabe, um "fã de Halo no futuro". (iv) reduz o preço generalizado, aumentando o nº clientes do ecossistema Xbox e (v) como explicado, aumenta o excedente do consumidor de jogadores "hardcore". Eu mesmo estou gastando menos com videogame. Mas o cinéfilo não está gastando menos do que gastava com a Netflix? O fã doentio por música não gasta bem menos do que gastava antes do Spotify? De qualquer forma, o cara fã mesmo vai acabar comprando o game, ou comprando as DLCs, ou pagando microtransação que seja, colocando esse dinheiro em outros lugares, assim como o fã de música e de filmes faz, comprando edições especiais, camisetas, miniaturas e colecionáveis, coisas relacionadas à cultura do entretenimento.
E outra: a Xbox não está inventando nada de novo na indústria. Assinaturas existem nos filmes e séries (Netflix, Amazon Prime, HBO Go, Telecine), na música (Spofity, Deezer, TIDAL, YT Music, Amazon Music), nos livros (Amazon Reading) e nos games (Origin Play, EA Access, Uplay). Tudo isso aqui está ótimo, obrigado, mas adivinha quem vai falir? Isso mesmo, a Xbox. Todo mundo cobra $1 ou dá um mês grátis no começo, com objetivo da pessoa testar o serviço e registrar o cartão (quem sabe até esquecê-lo lá), mas adivinha quem vai falir por isso? Bingo, a Xbox.
Nesse início de geração só tomando maracugina mesmo, porque a quantidade de chorume já está em patamares elevados há alguns meses do lançamento dos novos consoles, eu nem quero ver quando chegar...
Em economia existe uma coisa chamada Excedente do Consumidor. Imagine dois jogadores: um fã de Halo e um jogador casual. O fã de Halo compra o jogo no lançamento por $60 e ainda acha pouco, como fã, pagaria até $100, portanto ele tem um excedente de $40 em utilidade. O problema está no nosso jogador casual, que não pagaria mais que $20 e, pelo jogo custar $60, ele decide não realizar a compra. O mundo ideal para uma empresa seria discriminar perfeitamente os preços de cada consumidor, cobrando $20 do casual e $100 do fã de Halo, de modo que seus excedentes sejam zero e revertessem-se em receita, mas isso na prática é impossível.
Então a grande sacada está no seguinte: existem mais fãs de Halo dispostos a pagar $100 ou jogadores casuais dispostos a pagar $20? Vale a pena colocar o game a $60 e só vender para um fã de Halo ou colocar o game a $20 por mês em uma assinatura e fazer outros milhares de fãs casuais consumirem e financiarem o produto? Como o fã de Halo também só vai pagar $20 em uma assinatura e, nesse caso, ter um excedente de $80 dado que sua predisposição a pagar é até $100, ele vai achar um absurdo, que está muito barato, que a Microsoft vai falir, que não tem como isso ser sustentável porque a Xbox não está capturando mais o máximo que ele está disposto a pagar. Só que, enquanto isso, o jogador casual, que é uma base IMENSAMENTE MAIOR, está pensando seriamente se assina serviço, pois nem joga tanto, talvez compre um ou dois jogos antigos no ano... É esse público que ela quer atingir e fazer refletir seu modo de consumo. Pra vocês terem ideia, nem sempre esse público acha vantajoso o serviço. Tenho amigos (vários, aliás) que compram um ou outro game, jogam pouquíssimo, e não gastariam mais do que 12xR$29 por ano com videogame, ou pelo menos não com jogos que não entram na Gamepass (Fifa, Need for Speed, CoD...). Às vezes, uma demanda limitada pagando R$200 é menos lucrativa do que uma demanda expandida pagando R$39 por mês.
E isso estou só falando do núcleo do negócio, nem falo dos benefícios periféricos como (i) financiamento coletivo gera conteúdo mais diverso, (ii) lançamentos recorrentes no catálogo põe o Xbox na mídia, nas redes sociais e cria uma comunidade que a acompanha, (iii) faz jogadores em bolhas de gênero (jogos de futebol, corrida etc) provarem novos games e se tornarem, quem sabe, um "fã de Halo no futuro". (iv) reduz o preço generalizado, aumentando o nº clientes do ecossistema Xbox e (v) como explicado, aumenta o excedente do consumidor de jogadores "hardcore". Eu mesmo estou gastando menos com videogame. Mas o cinéfilo não está gastando menos do que gastava com a Netflix? O fã doentio por música não gasta bem menos do que gastava antes do Spotify? De qualquer forma, o cara fã mesmo vai acabar comprando o game, ou comprando as DLCs, ou pagando microtransação que seja, colocando esse dinheiro em outros lugares, assim como o fã de música e de filmes faz, comprando edições especiais, camisetas, miniaturas e colecionáveis, coisas relacionadas à cultura do entretenimento.
E outra: a Xbox não está inventando nada de novo na indústria. Assinaturas existem nos filmes e séries (Netflix, Amazon Prime, HBO Go, Telecine), na música (Spofity, Deezer, TIDAL, YT Music, Amazon Music), nos livros (Amazon Reading) e nos games (Origin Play, EA Access, Uplay). Tudo isso aqui está ótimo, obrigado, mas adivinha quem vai falir? Isso mesmo, a Xbox. Todo mundo cobra $1 ou dá um mês grátis no começo, com objetivo da pessoa testar o serviço e registrar o cartão (quem sabe até esquecê-lo lá), mas adivinha quem vai falir por isso? Bingo, a Xbox.
Nesse início de geração só tomando maracugina mesmo, porque a quantidade de chorume já está em patamares elevados há alguns meses do lançamento dos novos consoles, eu nem quero ver quando chegar...