Nem acredito que sou eu que vou trazer essa discussão pra cá, porque acho bem chata, mas tem um elefante na sala sobre as futuras avaliações de Halo Infinite, e o porque eu acho que não será nem um dos 3 melhores Halo avaliados: uma parte dos avaliadores (que comporão a média) tem a seguinte premissa para dar uma nota alta para um Halo em 2021:
Temos a nossa tropa aqui que acha que tudo é uma questão de proteger o Playstation e etc., e que é sobre isso que estou falando. Não é. O problema é que a franquia tem uma particularidade específica em relação aos grupos de expectativas: temos o grupo conservador, e temos o grupo inovador, e ambos são ENORMES em quantidade.
Como eu leio o cenário futuro, em termos de resultado de projeto:
a) jogo agrada em cheio o grupo conservador, que ficará maravilhado com o retorno de mecânicas que ele adora e com a exclusão de coisas que ele abomina. O que tem de novo basicamente dá uma escala maior e mais bonita ao que ele defende como um verdadeiro Halo. Quem não liga muito pra Halo vai achar "mais um Halo" e não vai se empolgar, o que ficará claro na avaliação. Notas medianas.
b) Jogo tenta agradar aos dois grupos, resgatando coisas do passado e acrescentando algumas novidades inéditas e significativas, mas não muitas. Grande parte das avaliações dirá "é um bom jogo", ninguém fica maravilhado.
c) Jogo tenta revolucionar a série, mudando significativamente a experiência, mantém algumas coisas mas parece muito diferente dos jogos anteriores. Essa é a aposta MAIS arriscada de todas. É a que pode ter o resultado mais espetacular, porém é a mais provável de fracassar de forma absurdamente humilhante. É aquela que quase todo mundo torce o nariz quando descobre a ideia, mas, SE MARAVILHOSAMENTE EXECUTADA, pode reverter as opiniões e virar um marco da indústria. Isso não se consegue com "esforço". O sucesso dessa alternativa depende de "conjunção dos astros". Quando dá certo, muitas vezes cria-se um novo formato a ser copiado, até que esse formato cansa e as pessoas pedem a próxima grande novidade. Os conservadores podem não gostar desse novo jogo e reclamar bastante, mas a obra-prima trará muito mais gente nova para a franquia e os constantes elogios em mídia abafarão o ruído.
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Sabe quem vai passar pelo caso C, possivelmente? Avowed. Explico: Pillars of Eternity é uma grande franquia, jogos excelentes, mas o formato (RPG isométrico) não é bem aceito pelas massas e os desenvolvedores sentiram isso comercialmente. O jogo, que mudará de nome pra isso não ficar tão evidente, vai sair de RPG isométrico para um modelo Skyrim.
Só que essa aposta tem um risco "baixo", relativamente. O novo conceito já está "pré-aprovado", mas agora tem que entregar.
Halo não chegou nesse ponto de "esse formato não dá mais". God of War chegou, Pillars chegou. Halo, não. O formato de Halo ainda tem muita lenha pra queimar, então acaba sendo uma expectativa cruel com o desenvolvedor esperar que ele revolucione tudo, sabendo que é uma franquia vivíssima, jogada diariamente por milhares e milhares de pessoas. Na minha visão, é mais fácil um spin-off de Halo conseguir um metacritic acima de 90 hoje em dia do que um Halo principal. O Spin off não seria tão jogado quanto Halo Infinite eu sei que será, porém ficaria ali na história como um "Halo melhor" devido às notas.
Então você que está se preparando pra excomungar na internet se Halo não tiver uma nota muito alta, fica a vontade pra começar agora. Acho bem previsível que não chegará a 90 (de média, porque eu acho que muita gente vai adorar, só não a grande maioria).