Tem que ver a coisa da seguinte forma: a Microsoft mudou um pouco as regras do jogo nessa geração quando viu que tinha se atropelado no início dela. Mudou porque não queria ser comparada taco a taco com as principais concorrentes, ou mudou porque realmente acredita que o futuro precisa de novas métricas? Acredito que vai mais pro segundo caso, claro que o primeiro convenientemente entrar na equação ninguém vai reclamar, mas o fato é que ela percebeu que não está mais competindo somente contra Nintendo e Sony, mas com outros players, sejam eles presentes no mercado hoje ou que estejam dando seus primeiros passos, como Google (com serviços ao consumidor já através de streaming) ou a Amazon, que já tem estúdios de desenvolvimento e também é dona do Twitch.
O
Xbox deixar de ter exclusivos no sentido estrito da palavra foi bem traumático quando começou a acontecer em 2016, muitas pessoas se sentiram traídas por terem confiado na Microsoft e não mais precisar de um
Xbox One pra jogar alguns jogos. Mas pouco mais de dois anos se passaram e a coisa parece estar se encaminhando para uma reviravolta no quadro, com as recentes aquisições de estúdios e investimentos para o crescimento das novas equipes e das que já eram da Microsoft Studios também. Estarão disponíveis no PC? Sim, mas também estarão disponíveis para quem tem
Xbox.
Gerações são cíclicas e a Microsoft percebeu há alguns anos que a(s) próxima(s) poderão ser bem diferentes de como o mercado se comportava até aqui. Mais importante do que vender um pedaço de plástico pro consumidor é estar presente onde o consumidor estiver, seja no PC, em um console caso a pessoa assim preferir, ou até no seu celular de uso cotidiano, através de um serviço de streaming. A Microsoft quer estar em todos eles, e pra isso, ela está investindo em estúdios que possam entregar boas experiências para todos os públicos. O console ainda será o carro-chefe e isso todo mundo pode ficar tranquilo,
Xbox não vai acabar, mas outros consumidores serão tão importantes quanto nós daqui pra frente, e nós teremos que saber aceitar essa divisão de atenção e receber os novos consumidores de braços abertos, independente de onde eles estejam jogando.